Parceiro de Caio Junqueira em Tropa de Elite, André Ramiro diz: ‘Ele tinha paixão pela vida’; Famosos vão ao enterro do ator

Edição: Matheus Henrique.

Familiares, amigos e anônimos deram seu último adeus a Caio Junqueira, 42. O ator, que morreu nesta quarta (23), sete dias após sofrer um grave acidente de carro, foi velado e enterrado nesta quinta (24), no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio. André Ramiro, que atuou com Caio no filme Tropa de Elite, disse a jornalistas que o intérprete de Neto – o aspirante 06 – era um homem de caráter inigualável e que quer lembrar do amigo com alegria.

“E essa irmandade não se limitou ao nosso trabalho. Mantivemos para a vida. Nos encontrávamos, eu ia bastante à casa dele, e tínhamos momentos incríveis de muita verdade e ao mesmo tempo de muitas risadas. É assim que quero me lembrar dele: um cara cheio de alegria, carinho, amor, com aquele sorriso largo e muita paixão pela vida.”

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Os dois se conheceram durante os testes para o drama policial dirigido por José Padilha e, desde então, ficaram bastante amigos. “Naquela época, já percebemos que tinha uma conexão especial entre nós. Uma energia especial difícil de explicar com palavras, daquelas que depois você descobre que era mesmo para ser (…) O momento mais marcante ao lado dele, para mim, foi quando estávamos em uma das comemorações do filme. Ele me olhou, bateu no meu peito, me abraçou e disse que eu era um irmão de alma dele.”

Mariana Ximenes

Com a voz embargada, a atriz ressaltou a generosidade de Caio. A atriz, natural de São Paulo, afirmou que foi ele quem a acolheu no teatro carioca. “Trabalhei com ele em uma peça protagonizada e produzida pela Louise Cardoso. Foi minha chegada ao Rio e minha incursão no teatro carioca. Ele foi uma das primeiras pessoas que me acolheu e que estendeu a mão para mim, ao lado da Louise e da turma toda da peça. É muita dor. É difícil. Ele era amigo, leal, alegre.”

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Louise

Ela relembrou um episódio marcante que viveu ao lado do ator: “Durante a peça ‘A Rosa Tatuada’, ele recebeu convite para um filme, em que ganharia muito dinheiro. Eu falei que ele poderia sair da peça, mas ele não saiu.”

Tonico Pereira

Junto com Caio na peça Hamlet, ficou no velório durante alguns minutos e, calmo, conversou com a imprensa. Disse que foi um privilégio ter trabalhado com o ator e ter convivido com ele. “Caio nasceu menino, viveu menino e morreu com a pureza de um menino. Acho isso. Ele sempre foi uma pessoa do bem”, disse, sorrindo.

Danton Mello

Amigo de Caio há mais de 30 anos, não escondeu o abatimento. Entre lágrimas, lamentou a morte trágica do amigo. “Ele era alegre, companheiro e talentosíssimo. E era tão novo… Fizemos vários trabalhos juntos e também tivemos uma amizade fora do trabalho. Que ele vá em paz. Ele deve estar agora com o Fábio [Junqueira, pai]. Ele nos deixou aqui e a gente fica triste, mas ele está bem em algum lugar.”

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Lúcio Mauro Filho

Abalado, disse que “a ficha vai caindo aos poucos”, e que agora Caio Junqueira é um anjo protetor. “Caio era muito alegre, muito intenso. Não ia deixar esse mundo sem fazer esse ventania. Claro que a gente não queria que fosse tão cedo, tão jovem, com tanta energia e tanta coisa por fazer. Sendo o homem que ele é, um companheiro dedicado (…) Ele era uma figura que não fazia nada pela metade. Quando a gente fala dessa intensidade dele, é disso. Quem teve a honra e alegria de conviver trabalhando com o Caio sabe da paixão que ele teve pela profissão.”

Rodrigo Santoro

Ele velou o corpo do amigo por algumas horas, mas foi embora antes do enterro, sem conversar com jornalistas. “Sei que vocês precisam fazer entrevista, mas esse não é o momento. É uma perda imensurável”, disse. Outros famosos, como Ângelo Paes Leme, Danielle Winits e o marido André Gonçalves, Letícia Sabatella e Marcello Gonçalves foram prestar suas últimas homenagens a Caio Junqueira. Muitos deles não quiseram falar com a imprensa, assim como o irmão, Jonas Torres, e outros familiares do ator.

A morte

Caio Junqueira morreu às 5h15 desta quarta (23), de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Municipal Miguel Couto, onde estava internado desde o dia 16, quando sofreu um acidente de carro no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio. Ele estava sozinho no veículo.

Durante o tempo em que ficou internado, passou por cirurgias e chegou a apresentar melhoras, mas acabou não resistindo. Um dos últimos trabalhos do artista foi na série O Mecanismo, da Netflix, inspirada nas investigações da Operação Lava Jato.

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