Gilberto Gil faz show em comemoração aos 21 anos de música ‘Pela Internet’: “A gente fica velho e o mundo vai ficando novo”

Há exatos vinte e um anos, Gilberto Gil fazia a primeira transmissão ao vivo de uma música em vídeo pela internet no Brasil. O single em questão era “Pela Internet”, que convidava o público a dar boas vindas às tecnologias e suas possibilidades.

Para comemorar a data, o cantor fez um pocket show no YouTube Space Rio, no Rio de Janeiro, na noite de terça (30). Desta vez, ele apresentou a música “Pela Internet 2” – uma versão atualizada da primeira. O show foi exibido no canal do cantor no YouTube.

Na nova letra, Gil fala sobre as atuais plataformas de comunicação e como todos atualmente estão conectados: “Estou preso na rede que nem peixe pescado. É zap zap, é like, é Instagram, é tudo muito bem bolado”.

Para relembrar um pouco da trajetória desde o lançamento de “Pela Internet” até a realização de “Pela Internet 2”, Gil participou de um bate-papo mediado por Alê Youssef, ao lado de Manuela Barem, editora chefe do BuzzFeed e Cláudio Prado, Criador da ONG Laboratório Brasileiro de Cultura Digital. O vídeo foi passado em um telão antes da apresentação do veterano.

Durante a conversa, o cantor falou sobre outras músicas de sua carreira que abordavam o tema tecnologia, e que fizeram parte do setlist do pocket show.

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“Compus Cérebro Eletrônico e Futurível [em 1969], quando eu estava preso. O corpo estava ali e a mente foi para o espaço”, disse. Nessa época, o cantor estava preso pela ditadura por fazer parte do movimento tropicalista.

Entre uma música e outra, ovacionado por uma plateia de convidados e imprensa ávidos por publicarem vídeos do show nas redes sociais, Gil agradeceu a presença de todos.

“Foi um prazer enorme. É sempre assim… A gente vai ficando velho e o mundo vai ficando novo.”

Durante conversa com jornalistas, ele falou sobre a diferença entre “Pela Internet” e “Pela Internet 2”: “Essa letra de agora a dose apologética diminuiu e a dose crítica aumentou”.

Aos 75 anos, Gil afirma que o interesse pela tecnologia vem desde a infância.

“É uma coisa que trago desde os meus dois primeiros anos de vida. […] Uma das grandes atrações da guerra, se é que podemos falar assim, eram as novas tecnologias que nos traziam a possibilidades de poderes extraordinários de ataque e defesa.”